por Renato Wong
“O que levou os cristãos a participarem ativamente de episódios como o Holocausto e o comércio escravista?”
O trecho abaixo é uma tradução de um trecho de um artigo do Darrow Miller em seu blog
“Meu coração se partiu num calabouço escuro, enquanto eu pisava sobre excrementos acumulados de séculos passados. Eu estava visitando o Castelo da Costa do Cabo em Gana, um ponto de transferência para os cativos pelo comércio de escravos do império Britânico. Em cada calabouço, centenas de escravos ficavam tão apertados que a única posição que estes seres humanos desesperados podiam ficar por dias, noites e até semanas a fio era em pé. No pátio acima, nosso guia apontou para um lindo prédio branco de dois andares (lado esquerdo da foto): “Este local é aonde os cristãos se reuniam aos domingos para adorar”. Meu coração se espatifou. Os Britânicos que administravam este forte professavam adorar a Cristo, enquanto que a alguns metros abaixo deles, milhares de escravos – cada um deles preciosos a Jesus – sofriam terrivelmente. (…) (…), no século 20, os Nazistas assassinaram onze milhões de seres humanos(…). Nesta época, 80% dos alemães professavam a fé cristã. Não tenho dúvidas de que os fazendeiros alemães viam trens carregados de judeus, enfiados em vagões superlotados, passando por suas plantações em direção aos campos de morte. Eles podiam ver a fumaça saindo dos fornos; A fuligem de restos humanos sobre suas plantações (…).”
Mas o que levou os cristãos destas épocas a não enxergarem a abominação que estavam cometendo? A Bíblia ilustra isso diversas vezes em Juízes: de tempos em tempos, o povo se esquecia de Deus e seguia a baalins (deuses “da moda” na época/lugar). Até Salomão chegou a adorar deuses que exigiam o sacrifício de recém-nascidos. Como já compartilhei em posts anteriores, acredito que uma das raízes que levaram a estes episódios histórico, é a ideia presente na cultura ocidental que tende a limitar a Fé aos assuntos “espirituais”.
Quando isso acontece, tudo o que a Bíblia fala sobre justiça, sobre leis, sobre governos, sobre autoridades, sobre dinheiro, sobre negócios, sobre todas as outras áreas da vida se torna irrelevante! Um fator que pode indicar isso é quando nos pegamos tentando extrair princípios “espirituais” de livros como os de Levítico ou Deuteronômio, deixando de lado o sentido principal destes livros, que foram ditados por Deus com a finalidade de estabelecer uma nação modelo. Mas hoje, estudamos a Bíblia como se toda a informação que esta fornece sobre estrutura de governo e legislação, etc, não tivesse nenhum significado literal e prático! Será que não estamos novamente à beira de outro holocausto ou de um período em que o comércio de seres humanos é tido como “normal” mesmo para os cristãos?
Acredito que os cristãos, por lerem sobre Direito e Governo desde criancinhas, deviam compor a maioria do Executivo, Legislativo e Judiciário de qualquer país! Mas, infelizmente, os legisladores deste país, mesmo quando professam serem cristãos, parecem servir a outro “sistema”, ou, como no tempo do AT, a baalins? A única diferença destes para os cristãos citados no início do texto se limita apenas às vítimas de suas discrepâncias. Neste ponto, a fé muçulmana é mais holística do que a cristã ocidental. Que comecemos ler a Bíblia não só como um alimento para nossas almas, mas como um manual para começarmos a implantação do Reino de Cristo aqui na Terra, aí sim poderemos orar “Venha o Teu Reino, seja feita a sua vontade, assim na terra como no céu” e agir como resposta a esta oração.
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Porque os cristãos matam mais do que salvam?
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Um comentário
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Caro Renato,
Concordo plenamente com vc a respeito da pertinência da Bíblia no tratamento de assuntos cotidianos. Infezlizmente, percebo que estamos vivendo num mundo cada vez mais fragmentado, isto é, dividimos constantemente nossas vidas em “espiritual”, “profissional” etc. Peço a Deus que nos ajude a encontrar Nele completude e que nos acheguemos de uma verdadeira “espiritualidade da segunda-feira de manhã” e não apenas aquela do Domingo a noite.
Forte abraço,
André Caruso