por Tatiane Medina
É dar o primeiro, o segundo, o terceiro passo e ao seguir caminhando lançar assementes. Sempre, enquanto caminha vai lançando sementes. Mas tem dias em que a caminhada se torna cansativa, exaustiva, solitária. É quando as tempestades chegam e jogam aquela água fria na nossa garra, nossa luta, nossa força, na alegria e na esperança. No entanto, as tempestades passam e então, vem o dia ensolarado e a vibração de crer num Deus capaz de nos dar ânimo e esperança para continuar lançando as sementes…
Assim foi a jornada de 3 anos na Fundação Casa. Lançar sementes na Fundação Casa foi um tempo muito especial e surreal. Era como dar voz para os que não tinham voz, vez para os que não tinham vez, amor aos que não eram amados e esperança àqueles que não tinham mais nenhuma esperança.
Era como levar um abraço amigo aos que não já tinha mais qualquer amigo. Levar o Pão da Vida aos que nem pão em casa tinham; Água Viva para aqueles que nem água encanada tinham em suas casas. Era levando bolo de chocolate para aqueles que chocolate não era comum em suas casas ao longo do ano, e coca-cola aos que nem cheiro de café sentiam em casa.
Eu ainda sinto o cheiro daquele lugar, vejo os olhares sedentos por amor. Ainda sinto muito, mas muito amor aos que ali se encontram, certa que apenas pausamos por um breve instante a nossa caminhada, mas permaneço clamando ao Dono da Vida para que as sementes que foram lançadas ali se encontrem em boas terras e deem muitos frutos.