FAMÍLIAS DA ATINI AMEAÇADAS

Texto do blog do Suzuki e da Márcia
Acusação de “Cárcere Privado”
Por favor, orem pela situação de famílias indígenas atendidas pela ATINI, que estão sofrendo pressões de todo tipo para se afastarem dos missionários. A ATINI é uma ONG fundada por missionários, que atende famílias indígenas que decidiram sair de suas tribos para preservar a vida de crianças que corriam risco de infanticído ou de forte discriminação e suas aldeias de origem.
Algumas destas famílias atendidas pela ONG estão sob forte ameaça de serem forçadas a voltar para suas tribos de origem. Algumas mães entram em desespero, pois afirmam que se voltarem, sabem que suas crianças vão acabar morrendo, sem tratamento médico e num ambiente de rejeição devido às suas necessidades especiais.
Uma das mães inclusive diz que se for forçada a voltar, sua tristeza vai ser tão grande que ela vai tomar veneno. Ela sabe que a tribo não aceita a deficiência de sua filha e quer ter o direito de continuar na cidade para que ela continue recebendo acompamento médico. Essas famílias se mudaram para lá voluntariamente, amam a chácara da ATINI, que chamam de “Casa das Nações”. São livres para voltar para a aldeia no momento que desejarem, mas elas afirmam que não se sentem seguras para voltar, e temem pela vida de seus filhos.
Mesmo assim, algumas pessoas ligadas a setores que não aceitam o trabalho da ATINI, por ter sido formada por missionários evangélicos, estão acusando a ONG de manter famílias indígenas em “cárcere privado”, e estão se articulando na justiça para “libertá-las” desta suposta prisão.
Interrogatórios e ofertas de propina
Orem também por firmeza e coragem para alguns indígenas que têm sido interrogados sobre suas relações com os missionários ligados à ATINI. Alguns destes indígenas tem inclusive recebido ofertas de “benefícios financeiros” para depor contra a organização. Temos tudo isto documentado, relatado pelos próprios indígenas envolvidos.
Algumas famílias atendidas não vivem na chácara, mas recebem mensalmente uma contribuição financeira do programa de apadrinhamento da ATINI. Essas famílias moram em seus estados de origem, próximos de suas comunidades indígenas. Precisam desta pequena ajuda mensal para que possam criar seus filhos fora da aldeia, crianças que foram rejeitadas por serem gêmeos ou por outras razões. Acontece que algumas destas família tem sido “aconselhadas” a desisitrem de receber essa ajuda mensal da ATINI. São famílias que sempre contaram com nossa ajuda financeira, mas que subitamente começam a dispensá-la. Quem estaria por trás disto?
Enquanto isso, muitas crianças continuam morrendo
Orem pela vida das crianças em aldeias onde ainda se pratica o infanticídio. Segundo informações de enfermeiras que coordenam a saúde indígena em Roraima, em cada grupo de 50 crianças que morrem antes de completar 1 ano de idade, 40 delas teriam sido sufocadas com folhas logo depois do parto. Nestas comunidades são rejeitadas crianças deficientes, gêmeas, e também crianças que nascem antes do intervalo desejado de 2 a 3 anos entre as gestações.
Recentemente a ATINI recebeu a denúncia sobre uma criança de uma tribo de Minas Gerais de 1 ano, que deu entrada num hospital de BH com gravíssimo traumatismo craniano. A denúncia foi feita pela médica que atendeu a criança. O acompanhante da criança relatou que o bebê tinha nascido de parto gemelar e que tinha sido espancado pela família. Este mesmo acompanhante alertou a médica que se a criança retornasse para a aldeia com certeza seria morta. Orem pelo bebê que continua internado em estado grave, e por uma intervenção das autoridades mineiras para que ele não seja levado de volta para a aldeia.
Por fim, orem por recursos financeiros e obreiros para a ATINI para que possamos ajudar um número maior de crianças. A ATINI não pode parar, precisamos construir mais casas para receber outras famílias em situação de risco. Precisamos de profissionais missionários que possam cuidar delas. A vida é um dom de Deus e toda criança tem o direito de desfrutar deste dom, com dignidade e em segurança. Independente da origem étnica, criança é criança. E a Palavra de Deus nos exorta a “abrir a boca a favor daqueles que não tem voz” (PV 31.8)